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sexta-feira, 28 de agosto de 2015
ESTUDO DE NOTÍCIAS SOBRE O AQUÍFERO GUARANI EM IBIPORÃ
Data:
20-02-2003
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Aqüífero
Guarani vai abastecer Ibiporã
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Ibiporã
No momento em que na Câmara dos Deputados se discute a questão do abastecimento de água dos municípios, através do projeto de lei 4.145, que quer tirar a titularidade dos municípios, a cidade de Ibiporã, no Norte do Estado, onde o serviço de água sempre foi municipal, se consolida nessa área, com a perfuração de dois poços que vão captar água do Aqüífero Guarani (antigo Botucatu), para abastecer a cidade. Na semana passada, a direção do Samae (Serviço Autárquico Municipal de Água e Esgoto) apresentou os dois poços que já começaram a jorrar água em grande quantidade, e vão garantir o abastecimento da cidade por tempo indeterminado. Além do grande volume, que chega a 1.155 metros cúbicos por hora, a água fornecida é de excelente qualidade, necessitando apenas de resfriamento e cloração preventiva O diretor do Samae, Jurandir Barducco, explicou que a perfuração dos poços foi feita através de um convênio entre o município e a Suderhsa (Superintendência de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental). O governo do Estado garantiu 75% do custo, enquanto o município, através do Samae, teve uma contrapartida de 25%. Na realidade o convênio previa a perfuração dos dois poços com cerca de 1.100 a 1.200 metros de profundidade cada um. `Fomos surpreendidos porque no primeiro poço a água jorrou com apenas 498 metros, com uma vazão de 365 metros cúbicos por hora. Já no segundo poço, a água jorrou com 583 metros de profundidade, apresentando uma vazão de 790 metros cúbicos. Com isso conseguimos os dois poços pelo preço de um, com o valor do investimento caindo pela metade`, afirmou. Outro detalhe revelado pelo diretor do Samae é que com apenas um dos poços será possível abastecer toda a cidade de Ibiporã, que hoje conta com uma captação, feita no Ribeirão Jacutinga, de 620 metros cúbicos de água por hora. Esse volume é suficiente para atender as 3.800 ligações de água do município. Barducco explicou que desde que a autarquia municipal foi criada, há 32 anos, o município de Ibiporã nunca teve problemas de abastecimento de água. A perfuração dos poços não foi motivada por problemas no abastecimento, mas sim com o intuito de aproveitar uma experiência que estava sendo oferecida, através de convênio, e também pensando no futuro. `Hoje temos a garantia de abastecimento de água por tempo indeterminado, através de um produto de alta qualidade, conforme análises já realizadas tanto pela Suderhsa como pelo Samae`, afirmou. Com a garantia de abastecimento com uma água que pode ser considerada mineral, o sistema municipal de água vai se tornar irreversível, em Ibiporã. Barducco lembra que o Samae é considerado hoje como modelo de autarquia de abastecimento de água no Brasil, tendo inclusive conquistado o prêmio do PNQS Nível 1, concedido pela Abes (Associação Brasileira de Engenharia Sanitária). Hoje, o município de Ibiporã conta com 100% de água tratada e 97% da cidade servida com rede de esgoto e 100% do esgoto coletado está sendo tratado. `O Samae é o exemplo de que o serviço de água administrado pelo município está dando certo e apresentando resultados importantes`, afirmou Barducco. Durante dois dias da semana passada os poços permaneceram abertos, com a água jorrando, para que fosse feito um acompanhamento da oscilação da vazão. Esse trabalho, segundo explicações dos técnicos, é necessário para saber qual é a vazão média que o poço mantém. O próximo passo, de acordo com Jurandir Barducco, é a construção da adutora que vai levar a água até o reservatório. Outro fator importante é que a vazão da água é natural e será levada para o reservatório sem utilização de bombas. Isso vai gerar economia de energia elétrica. `Sem a necessidade de tratamento para a água e com a vazão natural, existe a possibilidade de que a água chegue ao consumidor até por um valor menor. Hoje já temos a água mais barata do Paraná e ela poderá ter um preço mais baixo ainda, com a redução dos custos`, finalizou. Comprometimento considerado Ibiporã (Sucursal) - O trabalho para a inclusão de Ibiporã no projeto de pesquisa do Aquífero Guarani, pela Suderhsa, começou em 1999 e um dos responsáveis é o atual vice-prefeito e engenheiro químico, Alberto Bacarin. Ele conta que como funcionário de carreira do IAP- Instituto Ambiental do Paraná, tomou conhecimento da realização do projeto de pesquisa do aqüífero e procurou trabalhar para a inclusão do município. Bacarin lembra que `mesmo sendo oposição à administração municipal da gestão passada, procurei defender os interesses do meu município. Entrei em contato com o prefeito em exercício da época, Ary Pelisson, mostrei a importância do projeto para o município e o convênio acabou sendo firmado. Hoje podemos afirmar que temos água para a vida toda`, destacou. Bacarin explicou que a questão ambiental, com a possibilidade do comprometimento do abastecimento no futuro, foi levado em consideração na hora de convencer as autoridades municipais, da importância da perfuração dos poços. Atualmente a captação de água que abastece Ibiporã é feita através do Rio Jacutinga. O rio, que nasce no município de Cambé, passa por Londrina até chegar a Ibiporã e desaguar no Rio Tibagi. Por percorrer uma região de grande densidade populacional, o risco de poluição da água aumenta muito mais. Segundo o vice-prefeito, `além de passar pela região dos Cinco Conjuntos, em Londrina, existe ainda outros aspectos que são a conclusão do contorno da cidade, que vai passar sobre o Rio Jacutinga, além dos futuros oleoduto e gasoduto, que também passarão pela região. O Rio Jacutinga vai ficar numa posição crítica, correndo sérios riscos de poluição. Por isso ponderei que Ibiporã precisaria de uma alternativa de abastecimento`, esclareceu. Com o final dos trabalhos que resultou nos dois poços, Alberto Bacarin não tem dúvidas em afirmar que `o abastecimento de água do município está garantido pelo resto da vida. Mesmo que a cidade tenha um crescimento fora do normal, temos como alternativa a abertura de mais poços. Isto mostra que o aquífero Guarani é viável e pode ser utilizado pelos demais municípios`, afirmou o vice prefeito. Com a nova realidade trazida com a perfuração dos poços, o município de Ibiporã poderá conseguir muitos benefícios no aspecto econômico, com o desenvolvimento de novas atividades. Bacarin entende que, em função do potencial hídrico obtido, o município está em condições de atrair novos investimentos. `Nós vamos manter um dos poços fechado e com isso teremos condições de atrair indústrias, garantindo o abastecimento e da mesma forma podemos estimular o desenvolvimento do turismo com a implantação de estâncias hidrominerais, SPA e casas de repouso. Podemos até vender a água excedente se houver interessados`, revelou Bacarin. Na avaliação de técnicos da empresa que realizou a perfuração do poços, o município de Ibiporã foi beneficiada com uma falha geológica no sub-solo, fazendo com que água do aquífero possa ser atingida uma profundidade média de 900 metros. Este aspecto é muito importante porque reduz os custos na hora de perfurar novos poços, favorecendo o interesse pela região.
01/03/2015 -- 00h00
Fonte subterrânea abastece 70% da população de Ibiporã
A mistura da água prospectada com a captação no Ribeirão Jacutinga foi a
forma que o Samae encontrou para garantir características mais adequadas ao
produto oferecido à população
Em Ibiporã, na região de Londrina, a água que chega nas torneiras das
casas está sempre em uma temperatura muito agradável, por volta de 27 graus.
Isso porque, na cidade, 70% do abastecimento é realizado a partir da exploração
de um poço do Aquífero Guarani. "As donas de casa gostam muito, porque a
água é mais quente na hora de lavar a louça", brinca Cláudio Buzetti,
diretor do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae).
A opção por explorar o Aquífero foi tomada em 2000, quando a então Sudersa ofereceu a possibilidade de fazer um poço em Ibiporã. Como o recurso era para perfurar até 900 metros e a água aflorou na metade desta distância, acabaram perfurando mais um, que entrou em operação quase dez anos depois e atualmente é o único em funcionamento por ser mais eficiente. Adilson Ribeiro, coordenador da estação de tratamento de água do Samae, acrescenta que a vazão de 450 metros cúbicos por hora utilizada atualmente é suficiente para garantir o abastecimento de 70% da demanda da população de 51 mil habitantes. O poço teria capacidade para oferecer até 750 mil metros³/h, mas a companhia decidiu utilizar parte da água do Ribeirão Jacutinga para garantir características mais adequadas ao produto final, visto que a água retirada apenas do poço é quente e alcalina. "As pessoas reclamavam que o sabão não fazia espuma. Misturamos para manter características mais parecidas com a água do rio", explica. O sistema do aquífero funciona 24 horas por dia. Já a captação do Ribeirão Jacutinga funciona por até dez horas. Ribeiro esclarece que a água do Guarani é potável já na saída do poço, mas recebe cloro e flúor para atender à legislação. Já a água do ribeirão passa por um processo de tratamento mais complexo para eliminar resíduos e a turbidez que deixa o líquido escuro. Para a população, o resultado é sentido no bolso: o custo da água chega a ser 50% mais barato que o produto da Sanepar. A diversificação dos sistemas de captação é estratégico também para garantir o abastecimento mesmo quando uma das fontes tem algum problema. "Em Ibiporã quase não falta água, a não ser que algum acidente cause queda de energia", comenta Buzetti
Solenidade recebeu várias
autoridades, entre elas o chefe da Casa Civil, Durval Amaral, representando o
governador Beto Richa. Obra recebeu recursos da União, Estado e Município, um
investimento de mais de R$ 6 milhões.
Foi inaugurado ontem, no Dia
Mundial do Meio Ambiente (05/6), o Complexo de Captação de Água do Aqüífero
Guarani, que garantirá o abastecimento da cidade e a qualidade da água
oferecida aos moradores de Ibiporã por muitas gerações.
Estiveram presentes, entre as
autoridades – além do prefeito José Maria e da vice Sandra Moya – o secretário
chefe da Casa Civil, Durval Amaral, que representou na ocasião o governador do
Estado, Beto Richa; os ex-prefeitos Daniel Pelisson, Dorival Martins Nadir
Bigati, José Ary Pelisson (que era prefeito em exercício quando o processo se
iniciou) e Beto Baccarim; o presidente da Câmara Municipal, Antônio Carlos Cobo
Pires, os vereadores Daniel Sarábia, Divá, João Coloniezi, Maria do Sindicato,
Mari de Sá, Pauletti e Toninho Cabeleireiro; vários ex-presidentes do SAMAE
(Pedro Urnau, Jurandir Barduco, Cláudio Buzeti, Julinho de Oliveira, Élcio
Keller e Nadir Bigati); o pastor Bilsã Pereira – que proferiu uma bênção sobre
a obra, além de diretores dos SAMAEs da região.
Nos discursos, as autoridades
presentes exaltaram a participação de todos no processo que levou quase 12 anos
até a conclusão dessa importante obra e a parcela de contribuição que cada um
deu para essa conquista que é de todos os ibiporaenses.
Desde a semana passada o SAMAE já está
disponibilizando essa água (com características de água mineral, apenas com
adição de cloro e flúor) aos moradores. Ela vem sendo misturada à água
superficial que sempre abasteceu a cidade, captada no Ribeirão Jacutinga.
A novidade rendeu várias reportagens
em sites, jornais e canais de televisão, com destaque para duas grandes
matérias exibidas na TV Globo/RPC (04/6) e na Folha de Londrina (03/5).
A obra recebeu recursos da União,
Estado e Município, um investimento de mais de R$ 6 milhões. “Só a Prefeitura
colocou nessa obra R$ 3,7 milhões ao longo das últimas administrações
municipais, o que prova o empenho que o município teve para essa realização”,
enfatizou o prefeito José Maria.
Aqüífero Guarani
Aqüífero Guarani é
a denominação dada à reserva de água existente em parte do subsolo da região do
Mercosul. A reserva é imensa, com uma área total de 1.194.800 km2. Além do
Paraná, ele atravessa outros sete Estados brasileiros (Mato Grosso, Mato Grosso
do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina).
Também passa pela Argentina, Paraguai e Uruguai. No Brasil, a área do Aqüífero
Guarani é de 840.000 km2, e no Estado do Paraná, de 131.300 km2.
Trata-se de um
aqüífero do tipo regional confinado, uma vez que 90% de sua área está recoberta
pelos espessos derrames de lavas basálticas da Formação Serra Geral. Suas áreas
de recarga localizam-se nas bordas da bacia em faixas alongadas de rochas
sedimentares que afloram à superfície. A alimentação do aqüífero se dá por dois
mecanismos: infiltração direta das águas de chuva nas áreas de recarga; e
infiltração vertical ao longo de descontinuidades nas áreas de confinamento,
num processo mais lento.
O pacote arenoso
que constitui o aqüífero Guarani pode apresentar espessura variando entre 50 e
800 m desde a borda aflorante até as regiões mais centrais da Bacia do Paraná.
As áreas de recarga
são regiões onde o aqüífero Guarani encontra-se mais vulnerável. O uso
inadequado das terras localizadas nessas áreas pode, portanto, comprometer a
qualidade da água. Desta forma, existe a necessidade de cuidados especiais
quanto ao manejo dessas áreas, em particular quanto à disposição de produtos
tóxicos, lixo urbano, rejeitos industriais e aplicação de agrotóxicos no solo.
A gestão sustentável do aqüífero Guarani depende, pois, da identificação e
controle das fontes de poluição em toda sua extensão, não só nas áreas
confinadas, mas também e, principalmente, nas áreas de recarga.
Existem cerca de 50
poços cadastrados no Banco de Dados Hidrogeológicos da SUDERHSA, apresentando
profundidade média de 320 metros e vazão média de 100 m3/hora.
As águas do
aqüífero, sob o ponto de vista físico-químico, são do tipo
Alcalina-Bicarbonatada-Cloro-Sulfatada-Sódica, com teores médios de Sólidos
Totais Dissolvidos (STD) na faixa de 600 mg/L. Os teores são variáveis e
apresentam os menores valores nas proximidades da área de recarga, da ordem de
120 mg/L e maiores nas proximidades da porção central da Bacia do Paraná, onde
os valores de STD podem chegar a 1.800 mg/L. No Estado do Paraná, os poços
perfurados nesse aqüífero podem apresentar grandes vazões, da ordem de 1.000
m3/hora. O aqüífero também apresenta características termais, com temperatura
média de 32°C, com grandes variações da borda de afloramento até as
proximidades da calha do Rio Paraná onde existem registros de temperatura
superior a 50°C.
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